Trouxe para férias quatro câmaras. Preciso de todas? Claro que não. Uso todas? Sem hesitar. E não podia trazer só uma? Podia, mas não era a mesma coisa.
Há sempre frases certeiras sobre este tema e que fazem parte da cultura geral de quem se interessa por fotografia: “A melhor câmara é a que está connosco” ou “o melhor zoom é mexer as pernas ” (esta é óptima para dizer enquanto se fotografa um tigre) e outras semelhantes que parecem fazer todo o sentido, até ao dia em que não… Tudo depende do estilo de cada um a fotografar e também dos temas escolhidos. Para um retrato, uma distância focal fixa funciona perfeitamente. Fotografias de arquitectura? Certamente que dispenso um zoom. No extremo oposto, estão as fotografias de vida selvagem e alguns desportos, em que o inesperado é parte (importante) da equação e a possibilidade de utilizarmos um zoom para nos aproximarmos e afastarmos da situação num segundo, é realmente uma mais valia importante. Se é verdade que é óptimo sentir que estamos com as objectivas certas para o assunto a fotografar, também não foram raras as vezes em que ao descobrir que não tinha comigo o equipamento ideal para uma determinada situação, tive que me adaptar e acabei por conseguir melhores resultados do que se tivesse a tal objectiva “certa” na mochila.
E quais foram afinal as 4 escolhidas para a época estival? A GoPro por ser pequena, à prova de água, de crianças e de terramotos (evidente), a Canon R5 e respectiva caixa estanque para o caso de o mar trazer boas surpresas, a Canon G5X II por ser um óptimo compromisso entre dimensões reduzidas e qualidade de imagem e, por fim, um modelo que nunca tinha experimentado: a Canon SX70 HS com o seu zoom abismal de 21 a 1365mm! E esses números afinal querem dizer o quê? Como é tempo de férias e descanso, basta dizer que a lua ainda agora estava ali ao fundo e agora já está aqui mesmo à nossa beira!
As duas imagens foram fotografadas no mesmo local, à mesma hora, com a mesma câmara, num intervalo de 20 segundos.